“Power Boys” - como tudo começou?
O meu nome é Bruno Sousa e sou professor de dança desde a génese dos Afrolatin Connection (hoje em dia, ALC Dance Studios).
Durante toda a minha infância pratiquei muitos desportos, sempre tive muitas atividades, mas a dança foi aquela que, desde que entrou na minha vida, se manteve continuando até aos dias de hoje.
Comecei a dançar com 9 anos e, nessa fase, foram muito poucos os rapazes da minha idade com quem cruzei caminhos. Posso dizer que, grande parte dos que conheci, ainda se mantêm neste meio, muitos profissionalmente.
Esta situação foi algo que sempre me intrigou, o porquê de a dança ser associada a uma atividade de “meninas” e não tanto para rapazes, pois para fazer um par é tão necessário o sexo masculino como o feminino.
Toda a minha vida ouvi dizer que se queremos mudar o futuro temos de agir no presente, preparando o nosso mundo para o que sonhamos alcançar dentro de algum tempo.
A Catarina Braga, minha companheira de caminhada na vida começou um projeto muito interessante chamado “Latin Kids”, que ao longo dos tempos se foi tornando num grande sucesso, e, como era de esperar, com mais de 90% de meninas, aparecendo um rapaz ou outro, que acabavam por não se sentir muito confortáveis por estarem em minoria. Então, decidimos começar uma nova turma de ritmos afrolatinos para crianças a par, sendo que, o mais difícil foi escolher quais seriam as meninas que teriam a honra de poder dançar a par.
Com esses rapazes senti que comecei a ter a base para começar algo que já queria fazer há muito tempo, que era responder à pergunta: “Como tornar a prática de dança mais desejável para meninos?”
A resposta estava à minha frente... aquelas pequenas crianças que eram o meu orgulho, os rapazes que conseguia influenciar semanalmente com as aulas a par, um dia dirigiram-se a mim perguntando: “existem tantas aulas na escola, algumas são só para meninas - Power Teen ou Power Girl - porque não fazes uma turma de “POWER BOYS”, só para rapazes? Nós íamos adorar!”.
Aquelas palavras encheram-me o coração pois tinha acabado de encontrar resposta à pergunta que fazia a mim próprio, há tanto tempo.
Confesso... foi um grande desafio para mim!
Desde que me conheço que sou “o miúdo” que dá aulas a adultos, não o contrário, o adulto que se adapta às crianças.
Tem sido uma experiência muito enriquecedora, tanto a nível pessoal como profissional. Tive e continuo a ter de estudar muito e fazer muita investigação para me manter atualizado dos interesses dos mais novos.
Perguntam-me muitas vezes que ritmos ensino nesta aula... pois! Não tenho uma resposta para isso.
Tentei criar uma aula à minha imagem como bailarino. Gosto de tudo, todos os ritmos me fascinam, a minha formação é composta por um pouco de cada área. Com eles trabalho Ritmos Urbanos, Ritmos Latinos, Ritmos Africanos, ginástica... tudo o que eu conseguir utilizar para contribuir para a formação dos “meus meninos”.
A turma avançou no início do ano letivo seguinte, tendo vindo a crescer mensalmente, principalmente por referenciação.